"É porque todos nós temos o nosso momento de queda.
E este é o meu.
No vácuo de mim eu me despenco.
Porque seria preciso também abdicar de mim mesmo para novamente reconstruir-me.
Tornar a escolher os gestos, as palavras, em cada momento decidir qual dos meus eus assumir.
Já esfacelei meu ser, já escolhi as porções que me são convenientes, esquecendo deliberado as outras.
E são elas – serão elas?
– que agora se movimentam revoltadas, pedindo passagem em gritos mudos, na ânsia de transcender limites, violentar fronteiras, arrebentando para a manhã de sol.
O tremular da chama é um aceno, convite para chegar à verdade última e íntima de cada coisa”.
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E este é o meu.
No vácuo de mim eu me despenco.
Porque seria preciso também abdicar de mim mesmo para novamente reconstruir-me.
Tornar a escolher os gestos, as palavras, em cada momento decidir qual dos meus eus assumir.
Já esfacelei meu ser, já escolhi as porções que me são convenientes, esquecendo deliberado as outras.
E são elas – serão elas?
– que agora se movimentam revoltadas, pedindo passagem em gritos mudos, na ânsia de transcender limites, violentar fronteiras, arrebentando para a manhã de sol.
O tremular da chama é um aceno, convite para chegar à verdade última e íntima de cada coisa”.
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Caio Fernando Abreu In O Inventário do Ir-remediável
Bom Final de Semana
Low
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